Tamborzão é raiz sim, senhores DJs!

Se existe uma coisa que não podemos negar, é o poder contagiante do Funk. Quem consegue se manter parado ao som do Tamborzão? Você? Duvido!

Então vamos abrir os nossos corações e entender o Tamborzão:


O som do meu tambor ecoa... Ecoa pelo ar!
E faz o meu coração com emoção... Pulsar!
Invade a alma... Alucina
É vida, força e vibração! Vai meu Salgueiro... Salgueiro
Esquenta o couro da paixão!
Ressoou da natureza... Primitiva comunicação!
Da África... Dos nossos ancestrais
Dos deuses... Nos toques rituais
Nas civilizações... Cultura
Arte, mito, crença e cura!

Samba Enredo Salgueiro 2009


Aposto que você, caro leito, esta pensando: O Tamborzão é o fim de tudo, o Funk acabou! Será?

Se voltarmos ao passado, é possível perceber que o evento do Funk começa, aqui no Brasil, nos anos 70, com o Baile da Pesada, onde rolavam vários ritmos, inclusive o Soul. Esses bailes, eram freqüentados por pessoas de todo o Rio de Janeiro. É o Sr. Funk, reunindo diferentes pessoas, antes mesmo de ser Funk.

O ritmo mais curtido era o Soul, em seguida chegou o Miami Bass, e a batida é forte, continua forte... e chegam os Samplers. Estamos na década de 80, era pós-moderna. O modernismo abre possibilidades, não temos mais uma verdade absoluta, cada um tem a sua verdade. E é nesse viés que o Funk cria cara própria, surgem os concursos de galera, o Funk é proibido e sobe o morro... mas isso é assunto pra um outro momento.

A partir daí, abre-se uma imensidão, o Sampler possibilita tudo, novas batidas fortes e inclusive, a volta ao passado com uma roupa diferente, atitude extremamente moderna.

O nosso Tamborzão, é nada mais que um retorno a nossa origem, à África. A batida forte se origina lá, afinal, de onde saíram os negros americanos?

Tambor é sinônimo de ancestralidade, de contagio popular, de reunião de pessoas, de culto e de alegria. O batida forte do Tamborzão, continua unindo indivíduos de diferentes camadas sociais, contagiando e alegrando. Quem disse que o Funk morreu? Ele só mudou de roupa.

Rosi Balker

02/08/09